Preocupada com a Copa do Brasil, a diretoria do América busca uma alternativa para viabilizar a manutenção da preparação. O presidente Ricardo Valério segue mantendo estreito canal com o Governo do Estado e acredita que os treinos com o confinamento dos atletas devem continuar. 

“Pela de manhã nos reunimos internamente com nossa comissão técnica para a tomada da decisão que não seja um desastre total. Vamos nos reunir essa tarde com os clubes para lutar pra salvar as questões de ordem técnica e físicas dos nossos times, principalmente para o América e ABC que têm calendários nacionais e jogos que vão continuar normalmente. Entendemos, respeitamos e acatamos o decreto, mas precisamos continuar, pelo menos, com os nossos treinos mesmo que diminuído o tempo de permanência dos atletas no CT”, disse. 

O mandatário rubro terá uma conversa com representantes do Governo do Estado para viabilizar a manutenção da preparação dos clubes mesmo sem data prevista para o retorno do Campeonato Potiguar. 

“Estamos mantendo um aberto diálogo com o Governo do Estado neste sentido e esperamos que o bom senso prevaleça. Acredito na elevada sensibilidade do Estado neste sentido, pois o Governo sabe que estamos em competições nacionais que podem nos socorrer com cerca de R$ 3,4 milhões para os dois clubes caso sejamos bem sucedidos”, falou Ricardo Valério. 

Desde que o futebol foi retomado os clubes seguem um protocolo rígido dentro e fora dos campos com acompanhamento médico diário, incluindo até dois testes por semana, resultando em pouquíssimos casos de infecção.

 

“Já estamos em isolamento social e mantermos os atletas praticamente confinados nos CTs é muito mais prudente e seguro. Se eles buscarem treinar por conta própria nas academias dos seus condomínios ou nas praias, por exemplo, correrão mais riscos de contaminação que dentro do centro de treinamento. Cada atividade buscou o seu ‘novo normal’ e os nossos protocolos têm provado, na prática, serem mais seguros do que uma ida necessária a um supermercado ou farmácia”, explicou Valério.

 

Os jogos sem público já trazem grande prejuízos aos clubes potiguares e algumas agremiações já avaliam a possibilidade de encerrar as suas atividades em 2021, situação que preocupa, principalmente, os atletas.

“Vamos aguardar a posição da ação movida pelo Sindicatos dos Atletas Profissionais na justiça, pois os atletas, preocupados com o eminente desemprego, desejam continuar trabalhando. Alguns dos clubes do Estado não tem calendário cheio e podem abandonar o campeonato, o que seria um desastre para nossa competição”, explanou o presidente americano. 

Para Ricardo Valério, os governos estadual e municipal estão agindo de forma correta por entender que só o isolamento social poderá reduzir o nível da contaminação, mas acredita na sensibilidade do executivo em liberar o seguimento dos trabalhos dentro dos CTs.

“Estamos caminhando para um consenso informal de cumprimento do decreto com adequações que assegurem a continuidade dos treinamentos. As autoridades estão sensíveis que os treinos devem seguir sob pena de perdermos a competitividade em relação os clubes cujos estados não suspenderam as suas atividades, notadamente para os jogos contra o Cruzeiro (MG) e Botafogo( RJ), e assim o bom senso deve prevalecer”, finalizou Ricardo.